Daiara Hori Figueroa Sampaio é do povo Yepá Mahsã (Tukano) e pertence ao clã Erëmiri Hãusiro Parameri. É artista, curadora, ativista, comunicadora, educadora e também é uma voz importantíssima das lideranças indígenas e feministas no Brasil, sendo presença constante em discussões sobre direitos humanos. 

Através de sua arte, Daiara defende o direito à memória e à verdade dos povos indígenas e desenvolve estudos constantes sobre a cultura, história e ancestralidade de seu povo. Ela traz diversas técnicas como murais em empenas de edifícios, pinturas e desenhos em nanquim. 

Foi no último dia 4 de fevereiro de 2023 que Daiara abriu, oficialmente, sua primeira exposição individual em São Paulo, na Galeria Millan, localizada em Pinheiros, e convidou Bu’ú para estar presente e, juntos, contarem um pouco mais de sua história, ancestralidade, mistérios e cultura.

O título da exposição se refere às mulheres criadoras do universo: as primeiras mulheres. 

“Essas figuras femininas têm histórias pouco contadas pelo nosso povo. Por isso, a presença delas no meu trabalho, de procurar essas origens femininas da criação é muito importante”, conta Daiara.

Segundo Manoel Deodoro, um dos estudantes de Bu’ú que estava presente: “é impressionante a força que a arte e a cultura tem na cosmologia Tukano, tudo tem um porquê, uma representação, especialmente quando falamos de dois artistas como Daiara e Bu’ú.” E ele completa: “quando estavam abrindo a exposição e contando as histórias das primeiras mulheres, as faces de Amõ Numiã e começaram a cantar e rezar, a casa foi se enchendo ainda mais de pessoas, é uma energia ancestral muito forte que eles carregam, algo que realmente atrai as pessoas, isso mostra a capacidade desse povo de reter sua cultura e seus valores”. Manoel finaliza “era possível sentir a força das obras, só de olhar para as pessoas que estavam presentes era perceptível que elas também podiam sentir”.

 

É de extrema importância ressaltar que o valor arrecadado com a venda das obras será destinado a colaborar com a construção de algumas Malocas na região de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para que o povo indígena local possa retomar sua conexão com sua ancestralidade. Quantos saberes, curas e alianças responsáveis e engrandecedoras podem acontecer dentro de uma Maloca de rezo? 

 

Para quem sentir de visitar, a exposição ficará disponível até o dia 11 de Março/23 na Galeria Millan, em São Paulo, neste endereço e horários de funcionamento: 

R Fradique Coutinho, 1360/1430.Seg a sex, 10h – 19h (Mon to Fri, 10am – 7pm)

Sáb, 11h – 15h (Sat, 11am – 3pm).

 

Aqui neste link da galeria também há muitas informações interessantes e mais imagens sobre a exposição

E aqui neste outro link você pode acompanhar Daiara pelo Instagram!

 

Nosso añu!  (gratidão)